Fecho a porta do
quarto para não sentir tristeza. Impeço o vento e me agarro a algo que
encontre. Ela não me assusta, mas tenho medo de voltar para aquela casa. Preciso
de uma porta para fechar mesmo que o inverno tenha acabado. Eu não quero
encontrar ninguém quando atravessar o corredor até o banheiro. Eu estou
irritado e não posso voltar a ficar naquele lugar cercado por aquelas pessoas
que queriam o meu sangue na mesa. Eles precisam sair, me deixar com alguma
paz e sem lágrimas. Cruzarei o oceano voando e seguirei inconsciente até
lá. Preciso de uma cama para dormir por alguns dias, depois eu quero ir
embora pela janela e não esbarrar em ninguém. Com algum dinheiro no bolso
e pouco juízo na cabeça. Meus ouvidos estão calados, agora mete a tua
língua.
sábado, 18 de agosto de 2012
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
Ato 14: Pelo novo
Você acorda e
olha para os lados, pergunta se isso é onde você tem dormido. Quero quebrar
todos os móveis, jogar meu guarda-roupa fora com as coisas que tem dentro. Você
odeia esse lugar e o que tem nele. Nada se parece com o que você queria e
aquela mesa que tanto amava já não se encaixa no canto do quarto. Estou
sendo engolido por trapos enquanto tento me proteger do frio. Você pode
mudar os móveis de lugar e esconder o que odeia, mas tudo continuara sendo o
que é. Quero tocar fogo e ver queimar antes que amanheça novamente. Eu tenho
pressa e não quero esperar aqui.
sábado, 4 de agosto de 2012
Ato 13: Sem amém ou beijo antes de desligar
Eu poderia
lamentar que o teu deus não atendeu suas orações, mas comemoro. O que pra
você é dor só justifica o que tanto repeti e dessa forma me sinto bem sabendo
que o tempo tem mostrado que eram certas as minhas palavras. Não me dói
mais como antes tua voz do outro lado da linha. Seu tom de desespero
apenas me relembra que não devo ter muita esperança e chego próximo ao ponto em
que comecei. Não ter nada o que perder, não se angustiar por nada a
chegar. Porque se não espero, não sofro. Aceito que essa é a verdade
da nossa história e fico livre a trabalhar outros quinhentos. Sinto
repudio pelo jeito que tua voz canta no meu ouvido e me isolar de você correu a
mente hoje. Penso em jogos chantagistas onde eu dito as regras, no entanto
podem vim a me fazer mal e não quero retroceder ao sofrimento. Ignorar teu
julgamento e seguir atendendo sem querer entender, sem tentar decifrar o
sentimento por trás de suas palavras por mais que elas gritem que me odeiam.
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