“Hedonismo.
Palavra formada a partir do grego, hedonê, que significa prazer. O
hedonismo é uma doutrina que defende que o prazer é o meio correto para atingir
o objetivo supremo do homem, a saber, a felicidade; felicidade esta que tem
como essência precisamente o prazer. A moral, para o hedonista, deve ser
ordenada segundo o modelo que é dado pela busca do prazer, quer dizer, é considerado
moral tudo aquilo que dê prazer e imoral tudo o que faça sofrer. Esta doutrina
resulta da observação de que todos os seres buscam o prazer e tentam escapar ao
sofrimento.”[1]
Claro que enchi os olhos com a filosofia hedonista e tive
orgasmos múltiplos ao me deparar com alguns mandamentos no Blog Hedonismo Auto-Sustentável,
tudo por finalmente encontrar uma fundamentação filosófica para minha ideologia
e mais que isso descobrir que há muito sou um praticante da filosofia hedonista.
“Busque sua
felicidade/Concentre-se em permanecer vivendo o presente/Trabalhe menos e
realize mais/Não se leve tão a sério a ponto de desrespeitar-se/ Não se leve
tão a sério ao ponto de desrespeitar o próximo/Crie o seu conforto/Olhe sempre
que possível nos olhos daqueles que cruzarem o seu caminho/Banhe-se ao sol
sempre que possível/Evite verdades absolutas/Relacionar-se profundamente com a
natureza/Ria mais de qualquer coisa que lhe der vontade/Não tenha pressa/Desapegue-se
dos valores distorcidos/Siga seus instintos/Preserve seus sentimentos e cultive
os sentimentos do próximo/Relaxe e goze/Abandone a culpa” [Blog Hedonismo Auto-Sustentável]
E vi outras vertentes não tão excitantes também com toda essa
idolatria a aquisição de bens de consumo pelos olhos de Maria Lúcia de Arruda Aranha, em seu livro “Temas de Filosofia”, pensando o termo para as saciedades modernas.
“Em um sentido bem genérico, podemos dizer que a
civilização contemporânea é hedonista quando identifica a felicidade com a
aquisição de bens de consumo: ter uma bela casa, carro, boas roupas, boa
comida, múltiplas experiências sexuais(...).”[Maria Lúcia de Arruda Aranha]
Fica evidente que a filosofia hedonista clássica, fundada por Aristipo,
trás embutida em si um apelo pelo prazer carnal, mas Epicuro tratou de dar uma
encaretada nessa corrente filosófica após uma avaliação moral e acabou
afirmando que o prazer, para ser um bem, precisava de moderação e que os homens
deveriam procurar os prazeres da mente, pois os prazeres do corpo causam, quase
sempre, dores. Aqui prefiro ser tradicional e pontuo menos a corrente de Epicuro pelo lance
da moderação, mas sem tirar sua razão.
“O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de
prazer entendida como felicidade para o maior número possível de pessoas. (...)
A filosofia hedonista retêm da famosa frase socrática "conhece-te a ti
próprio" uma lição de egocentrismo utilitário. Para os hedonistas
conhecer-se a si próprio era definir o prazer e procurá-lo.”[Filosofia Hedonista]
Acho linda essa coisa de definir o prazer e procurá-lo, mas há uma pedra no meio do caminho: a igreja. Associar prazer a pecado é algo quase que automático, lê-se lavagem cerebral. Se livrar das amarras da igreja é uma das necessidades hedonistas, o "abandonar a culpa". O Manu Serafim, religioso fanático fundamentalista cristão, julga o hedonismo como "um intento para justificar a imoralidade" e completa depois: "seja qual for o movimento
que lute pra dissolver ao valores humanos essenciais devem ser combatidos!". Sinceramente, não esperava menos.
Segundo
Michel Flocker “hedonismo é a doutrina que considera o prazer ou a felicidade
como o único ou principal bem da vida.” você pode discordar, mas no fim sente o gosto da verdade nessa afirmação. Finalizo com Cazuza citando Neruda: “Não foi Neruda quem
disse: feche os livros e vá viver? Pois fui!”
[1] hedonismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2012. [Consult. 2012-04-04].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$hedonismo>.
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$hedonismo>.